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quinta-feira, 19 de abril de 2012

Redes anti sociais

Será que é novidade para alguém que as pessoas estão vivendo um processo de individualização já faz um bom tempo? Famílias menores e que encontram o fim em relacionamentos instáveis e inférteis - cada vez isso é mais comum.

Violência urbana crescente, aumento da jornada de trabalho com a valorização desmedida da vida corporativa - uma vida que não tem metade da leveza ou da liberdade dos relacionamentos familiares.

Somos, sim, mais solitários que nossos pais e avós.

Antigamente as pessoas visitavam umas as outras sem aviso prévio. Tinham certeza de que seriam bem recebidas por seus parentes e amigos. O advento do telefone – por exemplo - mudou isso, já mostrando como a tecnologia chegava com um grande potencial de individualização. ''Ligue antes, vá depois", dizia uma campanha antiga que procurava impor às pessoas um novo valor, dito metropolitano, à guisa de estimular a economia de tempo, de combustível e de gasto de impulsos telefônicos. Ficamos mais chatos do que nossos pais e avós.

E com isso fomos aceitando a solidão como um sinal dos tempos, um ingrediente inevitável da vida moderna.

Consideramos aceitável o comportamento coletivo e gregário até um determinado momento da juventude, para, em seguida, acharmos natural e evolutivo que as pessoas limitem seus contatos sociais no seio da família, apenas.

No final de semana passado o Facebook teve – no Brasil – mais acesso que o Google. Os comentários que vi na mídia especializada (ou não) dão um certo tom de comemoração. Mas o que há para celebrar nisso? Analisemos...

Ficamos mais tempo em casa fazendo aquilo que poderíamos fazer ao vivo: visitar os nossos amigos. Amigos que, na verdade, nem são mais tão nossos amigos assim. São pessoas que conhecemos. Marcamos 5 mil amigos no Orkut, no Facebook como uma forma de nos sentirmos interligados com o mundo, com as pessoas, mas fazemos por nossos amigos aquilo que nossos avós faziam pelos seus amigos? Recebemos 5 mil amigos em nossa casa colocando apenas água no feijão e um colchão na sala? Aceitamos ser avalistas para aquele crediário tão importante para nossos amigos? Acordamos no meio da madrugada para ajudar 5 mil amigos que sofreram um acidente?

As redes sociais nos fizeram ter 5 mil amigos ou nos trancaram dentro de casa forçando-nos a comprar o último modelo de tablet para poder conversar com eles?

O fenômeno do Facebook ter ultrapassado o Google no último final de semana - para mim - é motivo para reflexão.

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