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quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Meu Tom Clancy favorito

Morreu Tom Clancy, um grande autor. Sei que estou um pouco atrasado mas acontece que estou numa espécie de caravana no interior da Amazônia e a internet não ajudou muito. Agora encontro tempo para lidar com esse assunto. Clancy foi um grande autor. Leio seus livros com gosto, sem me preocupar se são americanófilos, pois tenho minha opinião mais do que formada sobre o assunto. O que sempre me agradou em Clancy foi a forma que sOube lidar com alguns ingredientes ditos básicos do romance de espionagem. O apego aos detalhes, necessário para o tal pacto de Veracidade, sempre teve uma grande funcionalidade em relação à trama. Ele não era dedicado ao detalhe pelo detalhe, como vemos fazer muitos autores. Se Clancy falava das fortes chuvas sobre uma floresta, e o embarque de toras ainda verdes, e do comprimento de uma corrente, era Para explicar como a tora ia inchar, para em seguida romper a corrente, Cair no mar e bater na vela de um submarino. O amassado no casca seria, então, responsável por denunciar posteriormente a embarcação através do sonar Inimigo.
É interessante também como Clancy, mesmo sendo considerado americanófilo, sempre preocupou-se em Colorir seus vilões japoneses, chineses, russos, árabes, com os tons amargos da vingança. E não seria a vingança a motivação de tantos herois? Não foi um dos maiores sucessos do ano passado, no cinema, e filme Os Vingadores? Em Executive Orders ele cita em Um trecho que um comandante americano solta as coleiras de seus soldados matadores. Curiosamente a tradução brasileira Ameniza a Comparação dos soldados com bestas. Interessante, não?
Para mim, Tom Clancy não foi apenas um escritor responsável por renovar o romance de espionagem. Foi o cara que me impulsionou para um mestrado sobre o gênero. E sobre ele, tenho uma história Curiosa.
No afã de obter entrevistas interessantes para minha dissertação, procurei o email de Tom Clancy. Achei Um endereço em um site que afirmava ser aquele o verdadeiro. Entrei em contato. Após semanas, recebi uma resposta. Conversamos sobre seus livros e minhas Ideias para livros. Conversamos sobre política internacional, etc. Até que certo momento eu Precisava de uma confirmação de que ele era realmente Tom Clancy. Ele simplesmente disse: Você ainda tem dúvida?
Claro que eu tinha dúvida. Até onde eu sabia poderia estar Conversando com outro fã do autor, alguém tirando onda de minha cara.
Discutimos e ele nunca mais voltou a falar comigo. Nem preciso dizer que fui grosseiro e ele, um gentleman. Curioso é que na semana passada Estava recordando esse episódio. Lembrava quando tentava explicar alguma coisa em inglês e ele me corrigiu com um ar um tanto quanto pedante. Pedi desculpas, afirmando não ser um "native speaker".
Imediatamente ele pediu desculpas, também: "Eu é que tenho que me desculpar. Você escreve muito satisfatoriamente em inglês. Eu é que não sei uma vírgula de português".
Se esse era realmente Tom Clancy, nunca vou saber. Mas gosto de pensar que era ele mesmo.

Um comentário:

  1. R.O, lembro dos livros do Clancy na estante do apartamento da Vó do Loca, palco de tantas passagens memoráveis da nossa juventude. E esta lembrança me garante também um pouco desta afetividade pelo autor, que dividiste magistralmente conosco. Abração

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