Em todas as caçambas dos caminhões parados pelas rodovias do país há uma carga em comum: a indignação. A revolta é com o descaramento do governo em manter uma política de preços na Petrobras que debocha da cara de todos nós, todas as semanas. E isso afeta todo mundo. Mais do que o sumiço dos combustíveis nos tanques nesses últimos dias.
Precisamos partir do princípio de que seria muito fácil para uma classe organizada como a do setor de transportes, que seria muito fácil começar a subir o preço dos fretes e serviços afins antecipando as elevações dos preços do diesel. Da mesma forma como os donos dos postos de gasolina não deixam o consumidor sentir as oscilações negativas dos preços que a Petrobras supostamente reduz nas refinarias.
Essa decisão, de aumentar os preços, teria evitado a greve dos caminhoneiros. Mas não foi o que ocorreu. A greve foi política, teve o objetivo de tentar gerar impacto sobre a máquina de impostos criada pelo governo e pela Petrobras para manter o discurso do Executivo e do Legislativo Federal de que a sociedade não seria bombardeada com a criação de novos impostos. Mas foi mentira.
O governo aumentou a porcentagem de impostos nos combustíveis e a Petrobras adotou uma política de variação de preço de acordo com o mercado internacional... que afeta até o combustível produzido aqui. Resultado: a cada aumento, é como se o governo tivesse aprovado um novo imposto, com o aumento de arrecadação gerado pelo percentual de impostos sobre o preço final, na bomba.
Essa variação afeta diretamente no bolso de quem tem veículos e precisa abastecer. Mas afeta a todos, pois tudo é feito com veículos e combustíveis: transporte de pessoas, de alimentos, de produtos e também o transporte de combustíveis.
Com essa política malandra, o governo consegue ir tapando o buraco causado pela corrupção, gera um teto de gastos e não corta gastos de mordomias e muito menos a torneira dos desvios de verbas da corrupção.
Chegamos até esse ponto graças a um esforço muito bem feito pelo governo para dividir a população. Por trás dos panos, PSDB, PT, PP, MDB e outros participam todos da divisão do bolo dos cofres públicos através de fraudes de licitações e estratagemas do gênero. À frente dos panos, travam lutas tornando o debate da população em um embate sem fim entre bandeiras partidárias, grupos sociais, etnias, de gênero, etc. Todos no Brasil estamos uns contra os outros, enquanto os corruptos estão todos unidos para o saque da nação.
Neste cenário, enquanto de um lado o governo cede às pressões da greve dos caminhoneiros, um outro lado do poder público, aquele matreiro, de contra informação, inicia uma campanha para que a população mude de ideia e passe a encarar a greve como algo negativo. A Rede Globo teve papel fundamental nesse esforço, nessa campanha.
A bem da verdade, sabemos que o brasileiro sempre se acusa de ser bovino. Mas quando protesta, parece também estar agindo errado. Queremos Revolução, mas não queremos despentear os cabelos. Queremos a derrubada de um governo, intervenção militar, mudança de todo o status quo político, mas, por favor, sem amarrotar nossas camisas.
Não é bem assim que acontece.
Precisamos enxergar a greve dos caminhoneiros como um primeiro passo para deixarmos de assistir passivamente a política absurda de preços da Petrobras. Profissionais de vans escolares de São Paulo anunciam paralisação para esta semana. Motoristas de aplicativos podem fazer o mesmo? Taxistas? Produtores agrícolas? Quem mais? Como cada cidadão pode se manifestar e causar impacto para mostrar que já percebeu a má fé do governo e que é contra ela?
Em 2008, para tentar fugir de um desaquecimento da economia devido à crise externa, o governo cortou o IPI de veículos e da linha branca. Comprar carros e geladeiras mais barato deixou a sociedade feliz da vida com a vantagem que foi dada para aquelas indústrias. Reduzir o diesel para os caminhoneiros é a mesma coisa. É mostrar - de novo - que o governo tem gordura para ser cortada e que essa redução da carga tributária não faz mal. Muito pelo contrário, lubrifica a economia.
Mas quem quer mostrar que pode arrecadar menos, se a economia responder melhor? Quem quer mostrar à sociedade que ela tem poder?
Ao invés de fazer isso, tentam, mais uma vez, nos separar.
Por favor, não vamos cair nessa.
Precisamos partir do princípio de que seria muito fácil para uma classe organizada como a do setor de transportes, que seria muito fácil começar a subir o preço dos fretes e serviços afins antecipando as elevações dos preços do diesel. Da mesma forma como os donos dos postos de gasolina não deixam o consumidor sentir as oscilações negativas dos preços que a Petrobras supostamente reduz nas refinarias.
Essa decisão, de aumentar os preços, teria evitado a greve dos caminhoneiros. Mas não foi o que ocorreu. A greve foi política, teve o objetivo de tentar gerar impacto sobre a máquina de impostos criada pelo governo e pela Petrobras para manter o discurso do Executivo e do Legislativo Federal de que a sociedade não seria bombardeada com a criação de novos impostos. Mas foi mentira.
O governo aumentou a porcentagem de impostos nos combustíveis e a Petrobras adotou uma política de variação de preço de acordo com o mercado internacional... que afeta até o combustível produzido aqui. Resultado: a cada aumento, é como se o governo tivesse aprovado um novo imposto, com o aumento de arrecadação gerado pelo percentual de impostos sobre o preço final, na bomba.
Essa variação afeta diretamente no bolso de quem tem veículos e precisa abastecer. Mas afeta a todos, pois tudo é feito com veículos e combustíveis: transporte de pessoas, de alimentos, de produtos e também o transporte de combustíveis.
Com essa política malandra, o governo consegue ir tapando o buraco causado pela corrupção, gera um teto de gastos e não corta gastos de mordomias e muito menos a torneira dos desvios de verbas da corrupção.
Chegamos até esse ponto graças a um esforço muito bem feito pelo governo para dividir a população. Por trás dos panos, PSDB, PT, PP, MDB e outros participam todos da divisão do bolo dos cofres públicos através de fraudes de licitações e estratagemas do gênero. À frente dos panos, travam lutas tornando o debate da população em um embate sem fim entre bandeiras partidárias, grupos sociais, etnias, de gênero, etc. Todos no Brasil estamos uns contra os outros, enquanto os corruptos estão todos unidos para o saque da nação.
Neste cenário, enquanto de um lado o governo cede às pressões da greve dos caminhoneiros, um outro lado do poder público, aquele matreiro, de contra informação, inicia uma campanha para que a população mude de ideia e passe a encarar a greve como algo negativo. A Rede Globo teve papel fundamental nesse esforço, nessa campanha.
A bem da verdade, sabemos que o brasileiro sempre se acusa de ser bovino. Mas quando protesta, parece também estar agindo errado. Queremos Revolução, mas não queremos despentear os cabelos. Queremos a derrubada de um governo, intervenção militar, mudança de todo o status quo político, mas, por favor, sem amarrotar nossas camisas.
Não é bem assim que acontece.
Precisamos enxergar a greve dos caminhoneiros como um primeiro passo para deixarmos de assistir passivamente a política absurda de preços da Petrobras. Profissionais de vans escolares de São Paulo anunciam paralisação para esta semana. Motoristas de aplicativos podem fazer o mesmo? Taxistas? Produtores agrícolas? Quem mais? Como cada cidadão pode se manifestar e causar impacto para mostrar que já percebeu a má fé do governo e que é contra ela?
Em 2008, para tentar fugir de um desaquecimento da economia devido à crise externa, o governo cortou o IPI de veículos e da linha branca. Comprar carros e geladeiras mais barato deixou a sociedade feliz da vida com a vantagem que foi dada para aquelas indústrias. Reduzir o diesel para os caminhoneiros é a mesma coisa. É mostrar - de novo - que o governo tem gordura para ser cortada e que essa redução da carga tributária não faz mal. Muito pelo contrário, lubrifica a economia.
Mas quem quer mostrar que pode arrecadar menos, se a economia responder melhor? Quem quer mostrar à sociedade que ela tem poder?
Ao invés de fazer isso, tentam, mais uma vez, nos separar.
Por favor, não vamos cair nessa.
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